segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

As Cores de uma Trajetória - Capítulo 3

Meus Lápis, minha habilidade com as cores tornaram-me muito popular e prestigiado na escola (não era tanto assim). Fazia sucesso. Era considerado muito inteligente. Quase um gênio (olha aí a merda feita). Disseram-me qu eu era tudo isso e eu acreditei. Nas aulas de desenho, o meu sempre era o mais bonito; pinheiros, arco-iris, flores, arabescos... Ainda bem que Picasso, Portinari, Van Gogh não sabiam de miha existência, se não estariam preocupados (enfartados de ódio). Eu era sucesso. Até pedido de casamento rejeitei, mas namoradas eu tinha várias.
Agora dizem que sou metido. Puro despeito! Metido não... Sou o máximo!!!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

As Cores de Uma Trajetória - Capítulo 2

Numa ocasião, minha prim Zélia, mesma idade minha, ao visitar-nos após o natal, mostrou-me o presente que ganhara: uma caixa com meia dúzia de lápis de cor John Faber. Fez um desenho qualquer usando aquela profusõ de cores (seis cores). Pedi que me deixasse fazer um desenho. Era mais ou menos assim:



Aqui está reproduzida a idéia. Obviamente, as cores não são exatamente as mesmas da época. A Zélia achou bonito. Mostrei para mais pessoas que também gostaram. Tive múltiplos orgasmos artísticos. Não dei mais sussego à minha mãe enquanto ela não comprasse um estojo igual.

Uma semana depois, sob promessas de ser muito mais obediente (já era), cuidar melhor dos meus irmãos menores (sou o mais velho), ganhei a minha sonhada, desejada, cobiçada e almejada caixinha de meia dúzia de lápis de cor John Faber. Eu era o garoto mais feliz do mundo (como era pequeno meu mundo). Eu tinha seis cores em meu poder.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

As Cores de Uma Tragetória - Capítulo 1

O natal sempre exerceu em mim grande fascínio. Era somente nessa data em que ganhávamos presentes. Mas não era só por isso. Era e ainda é costume enfeitar a árvore de natal, que, na minha infância, eu só conhecia por pinheirinho. Pinheirinho porque se cortava um pequeno pinheiro araucária, que tínhamos aos montes.
Quando íamos a capela da comunidade no natal, aquele pinheirinho me encantava. Suas bolas coloridas, as fitas de papel crepom, os chumaços de algodão simulando neve me levavam para um mundo de contos de fadas, luzes, estrelas, mil cores, brinquedos etc.
Comecei a frequentar a escola local já com oito anos de idade (naquele tempo, no meio rural, começava-se a estudar tarde), então, conversando com minhas colegas de classe, fiquei sabendo como se enfeitava um pinheirinho em casa, uma vez que não se tinha dinheiro pra nada, a não ser para comprar cola, papel crepom e algodão, que eram coisas baratas.
E assim enfeitei meu primeiro pinheirinho. As bolas eram cascas de ovos que minha mãe guardava e eu as decorava. As velas eram gravetos, hastes de arbustos cortados e decorados com papel crepom ou com papel laminado dos maços de cigarro. Os maços de cigarro eram envolvidos com papel laminado de cor prata, que tinha muita utilidade. Eu recolhia do chão todos os maços jogados. Vasculhava a mata local em busca de ninhos de pássaros e sequestrava-lhes os ovos, que eram cuidadosamente furados e decorados para ficarem em destaque no meu pinheirinho.
Eu queria que meu pinheirinho fosse o mais bonito da comunidade (depois do da capela, é claro). E conseguia. Exercia toda a minha criatividade e ássava as descobertas às minhas colegas. Embora soubessem como fazer, faltavam-lhes habilidade.
Fui crescendo, guardava os trocados que ganhava e acabava comprando mais material, e assim meu pinheirinho ficou famoso, era o mais bonito da comunidade.

Prefácio

Minhas férias terminaram. De volta para meu aconchego, agora vou fazer esse blog pegar fogo.

Ai daqueles que não reservarem um tempinho para ler minha história!!!

A maldição "salamaligrina" está preparada.

Só para sentir o drama, os ausentes começaram por esquentar a bunda na chapa quente do inferno. Imagine o resto!!

Portanto, antena ligada...

Contagem regressiva....5....4....3....2....1....0

AS CORES DE UMA TRAGETÓRIA

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